quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Por Janaina Cavalli!

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E existe essa coisa de conhecer. Rita, a professora de piano, tem cinco portfólios, daqueles bem cheios, com papéis caindo para os lados, de coisas que ela conheceu. Tudo deliciosamente desorganizado. Nas pastas, as bailarinas de Degas, cartazes com obras de Toulouse-Lautrec, poesia de Drummond e de Cecília Mirelles, reportagens da Bravo e do Jornal de Araras, lembranças de Paris, citações. Ela coleciona tudo de interessante. Rita percebeu, um dia, que suas amigas eram muito interessantes e disse a elas coisas, como: “Carolina, eu queria enxergar uma obra de arte com os teus olhos”. “Tânia, eu adoraria enxergar uma lavoura com os teus olhos”. (“E Tânia deu uma risadinha”). (...)Criei coragem e comecei o grupo”. Um grupo de estudos chamado Chapéu Violeta, composto de 15 mulheres e eventuais agregados (neto, filho, sobrinho), todos moradores de Campos Novos, cidade de 32 mil habitantes, no meio-oeste de Santa Catarina.
É assim que funciona: cada participante escolhe um tema que gosta/sabe/tem interesse e prepara dez horas de aula, divididas pelas manhãs de sábado, sem lugar fixo, nem restrições quanto à presença de teto, cadeira, papel e caneta. (...)E significa, por exemplo, que, para Margarida, o melhor momento do curso foi estar em um campo de girassóis. (...)

Depois de um desses momentos, Rita conta a história que contavam para ela: “Vila Lobos, Tarsila do Amaral e outros artistas não famosos, na época, se encontravam em uma fazenda, próxima à nossa chácara, em São Paulo. E termina: “esta manhã me lembrou a história... Quem sabe não somos todos artistas ainda não famosos?”.
(...) O nome do grupo é explicado por Camila logo depois. “Sabe aquelas mensagens da internet, que aparecem no seu email? A idéia surgiu de uma assim”. Assim...

ÀS MULHERES FENOMENAIS (..) Aos 70 anos ela olha para si mesma e vê sabedoria, risos, habilidades... Sai para o mundo e aproveita a vida. Aos 80 anos não se importa muito em olhar para si mesma. Simplesmente põe um chapéu violeta e vai se divertir com a vida.
Talvez devêssemos pôr o chapéu violeta mais cedo...

Descubro que em uma das aulas, no ano passado, o bombeiro James fez fogo dentro da casa da Rita (e apagou), tudo para ensinar segurança doméstica. (...) Entendo, de novo, que a vida é mesmo essa coisa de conhecer.


Encanto, a história e tal como foi escrita, Por Janaina Cavalli!

Obs: trechos da reportagem que minha amiga, jornalista, Jana fez com o grupo de estudos Chapéu Violeta, de Campos Novos.

2 comentários:

Thiago Falcão disse...

added. :)

Anônimo disse...

Gostei muito desse post e seu blog é muito interessante, vou passar por aqui sempre =) Depois dá uma passada lá no meu site, que é sobre o CresceNet, espero que goste. O endereço dele é http://www.provedorcrescenet.com . Um abraço.